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Estrela Dalva

Teatro de Pesquisa (MG / Brasil)

Direção: Pedro Paulo Cava

(2002)

Quando eu era menino, ouvia aquela voz que parecia às vezes prece. Era a hora do Angelus, seis da tarde no Brasil, e as rádios tocavam a Ave Maria. Uma delas tocava a de Vicente Piva e era essa que minha mãe escutava nos seus andares, nas suas dores. Na vou de Dalva de Oliveira. E a gente se emocionava e se arrepiava com aquele canto que parecia divino. Foi assim meu primeiro contato com Dalva. Depois vieram outros tantos.

Seu cantar de dor e desespero. Seu cantar alegre, doce e irreverente. Sua fossa que parecia não ter fim era também a nossa fossa de adolescentes contaminados pelos primeiros amores infrutíferos. E depois as marchas de carnaval, os ranchos, e Dalva embalava nossos passos pelos salões dos clubes.

Um dia ela veio cantar aqui no Teatro Marília. Fui lá ver e sonhar com ela e com uma plateia que se emocionava a cada momento. Ela cantou a dor da sua vida e das nossas. Sambas-canções inesquecíveis e que até hoje fazem parte do imaginário coletivo e perpassam gerações. É impossível não se apaixonar por quem canta o amor. E Dalva o fez como ninguém. E expôs suas vísceras pelos palcos do Brasil. Um Brasil que me dá saudades. Saudades até do Brasil que existia antes que eu existisse.

Por isso essa montagem agora, quando se completam trinta anos de sua morte e percebemos que ela está mais viva do que nunca. Porque o cantar simplesmente não morre. E no momento em que a música brasileira está tão pobre de intérpretes, compositores e letristas, Dalva é memória e poesia. É história de tantos amores embalados pelas canções que fizeram pra ela e que ela nos presenteou como se fossem feitas pra nós. De seus olhos verdes brotavam raios de luz quando ela cantava e foi inspirado neles que preparei este espetáculo. Uma estrela que brilha sempre. É como imagino que são os artistas. Foi assim que ensaiei minha versão da Estrela Dalva, tentando fazer com que o brilho da estrela solitária seja contaminador de corações e almas, desde as coxias do teatro, passando pelo elenco até a última fila. Um espetáculo que pretendo intenso, emocionante e bem-humorado. Dalva é atemporal. Só quem não é capaz de amar não se emociona com ela. Independente da idade ou vivência. Mas também quem não é capaz de amar não vem ao teatro. Quem não é capaz de amar pratica a violência que é hoje o sobressalto dos brasileiros.

Por isso, optei pela poesia mais uma vez. E por hastear a "bandeira branca" no palco do Teatro da Cidade através da história comovente da maior intérprete da música brasileira de todos sos tempos. Portanto, apaixonem-se pela minha estrela que brilha sempre. E vivam a poesia sem medos e com o coração aberto. Posso garantir que amor e poesia não doem. Ao contrário, lavam a nossa alma.

Texto de Pedro Paulo Cava, extraído do programa do espetáculo. (2002)

Ficha Técnica

Elenco: Rose Brant, Diorcélio Antônio, Leonardo Scarpelli, Leo Mendonza, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Freddy Mozart, Diógenes Carvalho, Bianca Xavier, Ivana Fernandes, Jai Baptista, Fabrízio Teixeira, Libéria Neves, Luiza Campos, Marcus Brina e Meibe Rodrigues

Texto: João Elísio Fonseca, Renato Borghi

Adaptação: Pedro Paulo Cava

Confecção de cenário: Felício Alves, Luís Felipe de Oliveira, Marcelo Oliveira e Silva, Marco Antônio

Alfaiataria masculina: Dutty Botelho

Confecção de figurino: Cleide Oliveira, Nazaré Gonçalves, Nilza Darque, Sonja Maciel, Walma Alves

Iluminação: Pedro Paulo Cava

Execução de luz: Célio Henrique Faria

Execução de som: Márcia D?Ávilla

Sapatos: Miguel Barbosa

Perucas e Cabelos: Freddy Mozart

Cabelo de Rose Brant: Schwenck

Maquiagem: Diorcélio Antônio

Gravação de trilha: Studio HP

Músicos: Serginho Silva, Juliana Perdigão, Carlos Laudares e Márcio Sant?Anna

Locuções: Daniel Barros, Guilherme Lobo, Marquinhos Baiano, Ricardo Parreiras

Preparação vocal: Leonardo Mendonza

Preparação vocal de Rose Brant: Neyde Ziviani

Produção executiva: Cássia Cyrino

Administração: Cibele Gorete Silva

Estagiários: Alicia Bastos, Cristiane Corad

Divulgação: Fabiana Marques

Programação visual: 4x4

Fotos: Guto Muniz

Execução de trilha: Carlos Laudares

Assistência de direção: Cláudia Assunção

Arranjos musicais e instrumentais: Márcio Sant?Anna

Arranjos vocais, preparação e regência de coro: Ernani Maletta

Cenário: Raul Belém Machado

Figurinos: Décio Noviello

Coreografias: Dulce Beltrão

Produção: Teatro de pesquisa Cia do Teatro da Cidade

Concepção e direção geral: Pedro Paulo Cava

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