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Lentes dos bambas eternizam os palcos

*Miguel Anunciação (Jornal Hoje em Dia 13/01/2002)

Costuma-se dizer que, infelizmente, o público da Campanha de Popularização do Teatro só é público de teatro nas campanhas. Mas que compensaria a baixa quilometragem teatral com imensa animação, vendo mais que um ou dois espetáculos, aproveitando que entre janeiro e fevereiro os preços dos ingressos estão bastante em conta. As lentes de certos bambas da imagem das artes cênicas diminuíram essa suposta escassez de informação.

Nosso foco, portanto, é a fotografia, quem prioriza os palcos – em especial, os cinco mais conceituados e ativos fotógrafos da praça. Porque se uma imagem vale mesmo mais que mil palavras, num clique só estes profissionais descrevem, sintetizam, antecipam. Tipo “você vai ver depois o que está vendo agora”.

E já que eles fixariam impressões sobre uma peça, assumiriam importância comparável a um boca-a-boca. Atrairiam ou afastariam espectadores. Para o bem ou para o mal, eles são indesviáveis. Importantíssimo nestes tempos em que as imagens se impõem. Talvez mais rapidamente, impressionantes e informativas do que quaisquer palavras.

As fotos que ilustram esta página são as preferidas dos cinco: Guto, Hamilton, Kika, Paulo e Pedro. As melhores que realizaram para o teatro e para espetáculos incluídos nesta 28 Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. A melhor imagem de si mesmos? As que conseguiram mirando outros personagens, dizem. No caso, os personagens do teatro.

O bichinho que mordeu Guto

Se o próprio mercado corrobora, não é demais eleger as lentes de Guto Muniz como as mais benquistas e benfazejas das artes cênicas de Minas. “Tive um ano bom, produtivo, só isso” tangencia. Por “ano bom”, contabilize: só nesta Campanha, 17 montagens requisitaram o plus deste profissional há 14 anos, que virou fotógrafo por acaso. Por compromisso didático.

“Fazia monitoria em Fotografia em 1988, quando o Galpão foi à PUC com ‘A Comédia da Esposa Muda’. Digo que fui picado imediatamente pelo bichinho do teatro”, brinca. Poucos anos depois, a relação estabelecida com a Publicidade de inverteu: “Passei a trabalhar mais para o meio artístico, o que sempre foi minha paixão”, define.

O objeto de desejo não lhe tem siso indiferente: “No começo, achava que nunca daria pra viver só de teatro, o meu sonho. Nos últimos quatro, cinco anos, no entanto, a realidade tem melhorado muito. Sabe que eu até tenho conseguido?”, revela. Conseguido em termos: “70% do meu trabalho são para as artes cênicas – inclua ai programação visual, cartazes, programas -, só 30% para a publicidade”. E comemora assim mesmo.

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