foco in cena

Sgroft e Herética somos eu, você, são todos à nossa volta ou, talvez, ninguém. "Ninguém" sendo a distância do que não se sabe e do que não se admite não saber.

Um homem e uma mulher se encontram para efetivar um negócio, e mergulham no mundo da superficialidade das relações humanas, do distanciamento entre as pessoas e do vazio resultante de tudo isso.

Oscilando entre os limites do ridículo, do primordial e do intelectual, Sgroft e Herética espelham uma sociedade explicitamente neurotizada , confusa e vulnerável, que busca se fortalecer criando para si normas que, na verdade, acabam gerando um abismo entre elas e o mais íntimo que existe delas mesmas.

Sgroft e Herética são reféns de um universo onde o bicho interior, explícito e vivo duela a todo momento com a projeção externa que eles criam para si mesmos. E geram, com isso, um sentimento que oscila entre o riso e o grito, de forma a, subliminarmente, nos lembrar que o bicho interior que grita e incomoda não é necessariamente uma falha de caráter. Pode ser nossa sensibilidade esquecida que está pedindo licença para sair e respirar.

Ficha Técnica