Transports Exceptionelles
Cie Beau Geste (França)
Horizontes Urbanos (2012)
Seria esta uma fantasia de criança? Seria esta a idéia de se encontrar, após todos estes anos, com o guindaste de brinquedo da sua infância? Por causa de seu tamanho, a máquina cria tensão com o corpo do dançarino. É também um encontro inesperado, um ato duplo entre aço e carne. Eu uso o braço da escavadeira mecânica pela sua funcionalidade e dinâmica, mas também como um braço humano que leva, empurra ou gentilmente convence! A rotação da máquina é um movimento amplo, espetacular, mas também pode ser uma reminiscência de um carrossel. A caçamba, com dentes, cuja função é raspar, perfurar, transportar e lançar para fora, oferece uma extensão poética: a de uma mão que carrega, levanta e protege. Se eu em algum momento imagino a máquina como um rude e imperfeito ser humano - como na imagem de Boris Karloff em Frankestein - eu igualmente tento tocar no maravilhoso, o vertiginoso sonho de a "Bela e a Fera". Uma máquina que na sua potência, elegância e beleza, pode tanto facilmente evocar os trabalhos de Hercules, como o mundo industrial pintado por Fernand Lerger. A escavadeira mecânica e o dançarino? Uma introdução operística; uma canção aparentemente universal, lírica e onírica que nos leva a imaginar a ode amorosa de um Romeu pela sua Julieta.
Coreografia:
Dominique BOIVINAssistente de coreografia:
Christine ERBÉIntérprete:
Philippe PriassoMotoristas :
Eric Lamy or William DefresneLuz:
Eric LamyCoordenação:
Gisèle Greau