Vem pra Fora
Malcolm Mateus (RJ / Brasil)
1, 2 na Dança (2013)
A sensação de estar preso, seja qual for a conotação desta palavra, é asfixiante e imobilizadora. Para tentar se libertar (da prisão, da limitação, da impotência, da segregação, do desnível social, do preconceito) é preciso uma imensa força, formada por vários sentimentos que se acumulam e se mesclam até o nascimento de um fogo interior elemento imprescindível para detonar esta explosão transformadora. É como se a alma, asfixiada, tolhida, finalmente pudesse alçar voo e gritar sua identidade. "Vem pra Fora" emergiu de questionamentos de uma corporeidade atravessada por diferentes diásporas e miscigenações, e tem travado durante séculos, um combate com fatores externos para não perder a sua essência primitiva, suas tradições, sua identidade. Desde o seu descobrimento, os nativos brasileiros estão sendo cada vez mais banalizados e estranhos em suas próprias terras. Muitas tribos foram dizimadas e outras "contaminada", por ideologias e interesses de uma sociedade equivocada, sendo aprisionadas e obrigadas a embarcar num sistema capitalista para garantir sua sobrevivência. Mas ainda há povos que desistiram de si mesmo, que ainda prevalecem diante de todas essas "agressões" do mundo moderno aos seus princípios e mantém sua ess6encia ainda viva em meio ao caos que estão inseridos. Os gritos obstinados desses povos "Vem pra Fora" através dos movimentos de suas identidades que foram (e são) oprimidas e esquecidas, mas elas sempre estiveram ali, em potencial, se fortalecendo para conseguir sair de sua adormecida inércia.
Direção, concepção e interpretação:
Malcolm MateusFigurino:
Malcolm MateusIluminação:
Ricardo Grings e Malcolm MateusColaboradora e ensaiadora:
Armanda CorreaTrilha sonora:
Bruno Leon e Alessandro PortugalProdução:
Lygia Gonçalves