



Com-passos
Teatro Universitário da UFMG (MG / Brasil)
Direção: Cristina Tolentino
(2001)
COM-PASSOS. Passos. Compassos. Movimento, ritmo, ação, viagem, solidão, combate.
Com-passos, um espetáculo-happening, retrata a solidão humana no mundo contemporâneo. Numa época em que a comunicação se torna cada vez mais acessível e ágil, o homem se torna cada vez mais só.
O tempo corre, tudo muda a cada instante, pressa, pressão, desencontros, superficialidade, ausência de afeto, rendimento, lucro, produção, repetição, clone, violência, trânsito, insegurança, modernidade, pós-modernidade, enquadramento, globalização, massa...
É preciso ser "louco" para se encontrar em meio a tanto caos, para romper essa grade transparente que nos prende a todos nesta roda neurotizante.
Com-passos é uma viagem, ambientada em uma nau, onde "loucos" são conduzidos por "uma enfermeira da Rede", durante os sete dias da semana. Número sete, símbolo de uma totalidade em movimento, ciclo de conclusão e reinício, renovação.
Uma viagem por mares tumultuados: quem enlouquece ou se mantém imune diante da solidão e do caos nossos de cada dia.
Os alunos do Teatro Universitário, juntamente com a diretora, tiveram como proposta para a prática de montagem do espetáculo, a experimentação, investigação e pesquisa da linguagem expressionista numa releitura contemporânea e como tema, o drama da solidão humana. As personagens emergem extáticas e possessas, mas dotadas das verdadeiras marcas do humano, recusando a realidade "morta", onde o Eu confronta-se isolado com o mundo alienado, através de uma série de estações, sete dias, sete etapas - o Convite, a Decisão, a Viagem, a Solidão, o Duplo, o Combate, a Libertação.
Através da pesquisa vocal e corporal dos atores, de laboratórios, improvisações, exercícios performáticos, processos de criação dramatúrgica, conduzidos pela diretora Cristina Tolentino e acompanhados pela dramaturga Valderez Cardoso Gomes, que roteirizou o espetáculo, surge, a partir da cena, da ação - Com-passos.
Montado como um happening, o espetáculo não tem uma estrutura dramatúrgica fechada, fixa, mas um roteiro que permite a flexibilidade.
O espaço cênico - o prédio do Teatro Universitário - se transforma simbolicamente em uma nau, possibilitando a construção de uma cenografia expressionista - escadas, corredores, porões, planos, espaço dinâmico e rítmico.
O figurino também carregado de simbologia, foi inspirado na filmografia do expressionismo.
A iluminação traz o claro-escuro, a luz e a escuridão, sombras, ressaltando os estados de alma das personagens.
A trilha foi pesquisada no universo da música pop contemporânea e experimental, buscando unir ação, sensações e musicalidade.
As fotografias deste espetáculo foram feitas em filme e digitalizadas no âmbito do projeto "O teatro em BH no final do Século XX - digitalização do acervo de Guto Muniz". Projeto nº 0821/2020
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Elenco:
Antônio Rodrigues
Carolina de Sampaio
Cristiano Pena
Jacqiee Calaz
Madeilene Vincent
Marília Marques
Nety Barros
Noemi Silveira
Raquel Consegundes
Soraya Carvalho
Figurantes:
Jordelino Campos
Verônica Teodoro
Direção Geral:
Cristina TolentinoRoteiro:
Valderez Cardoso GomesDireção Vocal:
Alba ValériaPesquisa de Músicas e Trilha Sonora:
Pedro KalilIluminação:
Telma FernandesFigurino e Maquiagem:
Adriana Vaz RamosCenografia:
Cristina TolentinoPesquisa e Preparação Corporal e Vocal:
Cristina TolentinoConsciência Corporal:
Myriam TavaresInterferência artística cenário:
Glória AmaralConfecção de Máscara:
Fernando LinaresConfecção de Caravela:
Gastão Arreguy FilhoConfecção de Máquinas e Rodas do Tempo:
Eduardo C. MambriveProjeto Gráfico:
Carolina de SampaioDivulgação:
Ângela Mourão e Hely RodriguesProdução Executiva:
Fernando Linares, Ângela Mourão, Myryam TavaresCoordenação geral do projeto de montagem:
Fernando Linares e Myryam TavaresProdução e Realização:
Teatro Universitário da UFMG