Eu não sou cachorro não - Um musical brega
Cyntilante Produções (MG / Brasil)
Direção: Fernando Bustamante
(2012)
O espetáculo narra a história de Roberto Rock, compositor e vocalista da banda "The Funeráveis", que está em ascensão no cenário mineiro, mas que vê tudo mudar após uma surpresa do destino. Apropriando-se do formato de superproduções inspiradas em musicais da Broadway, o musical, que foi inspirado no livro homônimo do jornalista e historiador carioca Paulo César de Araújo - obra resultada de uma pesquisa de sete anos sobre a história da chamada música cafona: movimento que aconteceu entre os anos de 1968 e 1978 - apresenta 45 canções clássicas com arranjos modernos e 15 artistas em cena - incluindo atores, cantores e bailarinos. O musical é uma homenagem a artistas como Wando, Waldick Soriano, Vanuza, Lindomar Castilho, Paulo Sérgio, Nelson Ned, Odair José, Benito Di Paula, Agnaldo Timóteo e outros representantes da música "brega" como o cantor Marcio Greyck (que mora em Belo Horizonte), todos marginalizados na história cultural do país.
O diretor Fernando Bustamante explica que a ideia para montar o musical surgiu da vontade de sair do comum, pois "quando o assunto é música popular brasileira, diz o historiador Paulo César, a maioria das produções artísticas aborda como tema a bossa nova e o tropicalismo", comenta. "Apesar de estar no topo do mercado fonográfico nacional nas décadas de 1960 e 1970, a produção musical brega (ou cafona) não recebeu o devido espaço na crítica. Isso pode ser explicado pelo fato de frequentemente os artistas "bregas" serem vistos como coniventes com a ditadura militar. Hoje a música brega conseguiu conquistar o seu lugar em todas as camadas sociais", completa Bustamante.
As músicas
O dramaturgo Leo Mendonza afirma que ficou surpreso ao descobrir, lendo a obra do historiador Paulo César, que Odair José e Agnaldo Timóteo colocaram elementos de suas vidas nas canções e, daí, veio a inspiração para escrever o musical. "Mas minha ligação com as músicas do texto tem a ver com admirar as histórias de pessoas comuns que faziam das canções bregas trilha para seus sucessos ou desilusões amorosas", revela Mendonza. De acordo com o autor do musical, o "brega" é um universo muito rico e as letras são retratos cotidianos repletos de dramaticidade, ao mesmo tempo em que falam de relacionamento de uma forma direta e acessível. A escolha delas para o texto veio a partir do desenho da trama e dos personagens. "Inspirei-me nos filmes de Pedro Almodóvar e nos seus personagens que, por mais que pareçam absurdos, têm conflitos reais e motivações sinceras. Para dar ritmo e modernidade à narrativa tomei por base o seriado GLEE, que trabalha com trechos ou mesclas (mash ups) de músicas. Basicamente, quanto à trama, procurei colocar canções que pudessem substituir o texto ou acrescentar informações relevantes", completa.
Texto:
Leo MendonzaDireção Geral:
Fernando BustamanteDireção Musical e Arranjos Instrumentais:
Pedro DurãesDireção Vocal e Arranjos Vocais:
Beto SorolliCoreografias:
Lair AssisElenco:
Tânia Alves, Henrique Moretzsohn, Jai Baptista, Leo Mendonza, Luana Costa, Nilmara Gomes, Hendrigo Del Freitas, Lindsay Paulino, Theo Valadares, Marcelo Minal, Márcio Miranda, Fernanda Aguilar, Douglas Gonzales, Ricardo Sabino, Simone Tomé, Stephanie MenezesCenário:
Cynthia DiasFigurinos:
Kalluh AraújoIluminação:
Thelma FernandesMaquiagem e visagismo:
Tiago ColombiniDesign gráfico:
Fabiano LanaEfeitos especiais:
Sergi WeickAssistente de direção:
Cláudio GalalauAssistente de produção:
Ester BrazilinaProdutora executiva:
Regina GiffoniDireção de produção:
Cynthia Dias